Hoje, lendo mais uma vez artigos sobre adoção, encontrei matérias neste blog e resolvi escrever. Não sei se será publicado, mas pelo menos me servirá de registro para, se no futuro alguém me perguntar algo sobre o tema ADOÇÃO, ter fatos reais para explicar.
Tenho dentro de mim, desde o início da minha juventude o sonho de adotar uma criança. Apesar de ser casado, ter filhos biológicos (dois meninos, que amo muito) este desejo jamais acabou. Há mais de dois anos o meu desejo de realizar este sonho ganhou mais ênfase e comecei a traçar metas para a realização.
Conversei muito com minha esposa, meus filhos, analisamos, pesamos, medimos, avaliamos todas as questões e dúvidas a cerca do possível fato de adotarmos e, depois de inúmeras conversas sobre o assunto chegamos à conclusão que a adoção seria um grande marco nas nossas vidas. Passamos então para a fase burocrática do evento. Procuramos a vara de infância da nossa cidade para requerermos o cadastro de pretendentes à adoção. Depois de colecionarmos a farta documentação exigida, que é exagerada, e até mesmo atestado médico sobre a nossa sanidade mental, demos entrada no processo.
Era 30 de novembro de 2011, quando começou nosso calvário.
Passaram-se quase 60 dias para autuação. Em março de 2012 uma assistente social veio à nossa casa para uma avaliação social. Depois de quase quatro horas de conversa sentimos que a profissional não aprovava a nossa casa para uma possível adoção de uma menina (que é a nossa pretensão) pelo fato do imóvel possuir dois quartos e “não ter um exclusivo para a criança, já que ela não poderia dividir o quarto com os irmãos, nem seria aconselhável permanecer conosco” (SIC); Mesmo assim não nos deixamos abalar pois sabemos que inúmeras crianças neste país moram debaixo de pontes e viadutos.
Em abril fomos convidados para uma palestra sobre o tema Adoção. Participamos e até recebemos certificado que depois teria que ser devolvido. (Não entendemos o pôrque disto até hoje). Também em abril iniciamos uma série de análises com a psicóloga da vara da infância. No total aconteceram 6 audiências, sendo a última com a presença dos nossos filhos, mas em conversas reservada, ou seja, uma entre eu e a minha esposa e a psicóloga, outra com os nossos filhos, separadamente. Ficamos no aguardo do laudo que somente foi entregue na vara da infância mais de trinta dias depois da última sessão.
Em julho de 2012 o juiz deu a sentença, deferindo o pedido, mas somente hoje, 17 de novembro, ou seja, quase quatro meses depois, é que tivemos conhecimento da decisão. Não sabemos se fomos ou não inseridos no Cadastro Nacional de Adoção, pois não recebemos nenhuma informação sobre o fato, não recebemos senha ou qualquer outra orientação que nos desse o conhecimento de estarmos neste cadastro e o pior, não podemos ter cópia do processo, apesar de sermos os principais interessados na adoção, fomos orientados a não visitar abrigos nem a buscar em outras comarcas ou cidades, possíveis crianças para adoção, já que deveríamos aguardar na nossa comarca a solução do caso, sendo que, ainda fomos “orientados” a não criarmos expectativas na espera, pois, conforme estas pessoas a adoção demorará pelo menos CINCO ANOS.
Em resumo, vemos que o noticiário sobre adoção é insignificante e inverídico. Enquanto se publica que não há pessoas habilitadas à adoção, se esconde que a burocracia neste tema é extravagante. Não se publica que pessoas realmente interessadas e dispostas a dedicar amor e doação a alguém que está necessitada desses afetos e carinhos são simplesmente barradas pelos entraves burocráticos. Se omite que inúmeras crianças são lançadas em abrigos, em alguns casos nos primeiros dias de vida, porque já foram abandonadas ou vítimas de maus tratos, e se fica esperando 5, 6, 7 ou mais longos anos na tentativa de “consertar”os pais que as colocaram nesta situação, enquanto pessoas de boa índole, que possuem amor para dar e estão dispostas a se desprender de tudo para receber uma dessas crianças em casa, na condição de FILHO ou FILHA. Não se divulga que há uma enorme dificuldade de pretendentes à adoção em ter contato com crianças abrigadas, deixando que somente aconteça este tipo de contato quanto há uma possibilidade de adoção.
Com todo respeito, a minha opinião é que o sistema está extremamente falho. Não dá pra se imaginar que alguns contatos, por um curto espaço de tempo entre os pretendentes à adoção e possíveis crianças permitirá a ambos criar uma possibilidade mínima de convívio que poderá se consumar solidamente num momento futuro. Ao contrário, o isolamento dos pretendentes e as dificuldades impostas a estes é que faz, muitas e muitas vezes, estes perderem o interesse por uma causa tão nobre, ainda que isto lhe custe a desilusão dos seus sonhos.
Enquanto isto inúmeras crianças continuarão sendo “criadas” em abrigos como se fosse em família artificial, onde o “amor”, o “carinho” e a “dedicação” à eles ofertadas provém de pessoas pagas para exercerem a função apenas de mães, pois até mesmo a participação masculina nestas instituições são ínfimas ou totalmente inexistentes. Este, ao meu ver, é a situação da adoção do país.
Fonte:http://www.adocaobrasil.com.br/
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Um grupo Com a missão de incentivar e apoiar a adoção legal, promovendo saúde intra e inter relacional em famílias adotantes e crianças em acolhimento.
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Apoiar e incentivar a adoção legal, promovendo saúde intra e inter relacional em famílias adotantes e fomentando maior consciência e prática social no que tange à adoção por meio de amor, envolvimento, compromisso e relacionamento. Descrição
Somos um grupo de apoio à adoção; entidade civil sem fins lucrativos, que atua principalmente em Uberlândia e Triângulo Mineiro, em consonância com a Vara da Infância e da Juventude e Órgãos e Conselhos de Direito da Criança e do Adolescente, filiada à Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção (ANGAAD).Total de visualizações de página
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