" Pontes de Amor"

Sobre

Um grupo Com a missão de incentivar e apoiar a adoção legal, promovendo saúde intra e inter relacional em famílias adotantes e crianças em acolhimento.
Missão
Apoiar e incentivar a adoção legal, promovendo saúde intra e inter relacional em famílias adotantes e fomentando maior consciência e prática social no que tange à adoção por meio de amor, envolvimento, compromisso e relacionamento.
Descrição
Somos um grupo de apoio à adoção; entidade civil sem fins lucrativos, que atua principalmente em Uberlândia e Triângulo Mineiro, em consonância com a Vara da Infância e da Juventude e Órgãos e Conselhos de Direito da Criança e do Adolescente, filiada à Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção (ANGAAD).

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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Orientação na construção dos vínculos na adoção e as mudanças da família – por Cintia Liana (psicóloga e psicoterapeuta)

Orientar pessoas na adoção e no processo de reconhecimento familiar, mesmo que biológico, é mágico, porque se aprende a enxergar nas entrelinhas, se vê mudanças belas e como o ser humano é capaz de transformar sua realidade.
Muitas pessoas experimentam certas dificuldades na aproximação dos filhos, mas após serem devidamente orientadas e com suas dúvidas e receios trabalhados é fantástico ver a mudança e a evolução das crianças que emitem imediatamente respostas após a mudança de postura e sentimento dos novos pais.
Uma dica que posso dar a vocês leitores, é algo sobre esta experiência.
O casal estava visitando as crianças, mas elas não conseguiam se vincular ao ponto de expressarem e desenvolverem muita confiança e intimidade afetiva. Quando começaram o processo de orientação comigo no Skype fiz algumas perguntas e introduzi mudanças nas falas, posturas e resgate de objetivos na construção dos vínculos.
Algo que me chamou a atenção é que o casal não havia dito ainda os motivos das visitas. Para as crianças não estava claro e, como quase nunca elas perguntam, nem têm maturidade para elaborar essas questões, só resta a ponta de insegurança na companhia de pessoas que elas não sabem exatamente porque estão alí.
Elas sabem que são amigos, mas amigos elas já têm, inclusive no abrigo, amigos muito mais próximos, o que elas querem é pais, pessoas que elas sintam que possam estabelecer novo vínculo e que não as abandonarão, que estão dispostas a fazerem tudo por elas. E foi isso que orientei. Eles serem claros, em primeiro lugar, sobre o objetivo das visitas no decorrer das brincadeiras e conversas. De um dia para o outro, literalmente, tudo mudou como mágica, mas sabemos que não foi mágica, foi clarificar o que estava acontecendo e fazer elas entenderem que eles a queriam como filhas, que aquilo que estava sendo construído entre eles não correria  o risco de ser rompido e eles foram provando isso a elas no decorrer dos encontros no abrigo.
Alguns dias se passaram e as meninas já os chamaram de pai e mãe, agora estão em outro estágio mais avançado. O que não haviam feito em 25 dias, conseguiram em 5.A menor, que não falava quase nenhuma palavra e não sorria, em menos de um mês já começou a falar, a sorrir livremente e a cantarolar. A maior, que tinha vários medos, começa a se sentir mais segura na companhia dos adotantes.
É algo impressionante como a criança muda só ao ver a transformação de quem está diante dela, quando entendem o que acontece, quando se situam e quando são respeitadas. Nós psicólogos sabemos que esse é um conceito claro da psicologia sistêmica, que envolve qualquer pessoa, mas ver essa mudança no nascimento da família é muito bonito, é a esperança clara de que nós, seres humanos, somos capazes de operar milagres através de conhecimento e do amor.

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